Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2016

O recado foi passado, à base de muito calor humano

As manchetes internacionais até a abertura da Olimpíada preocupavam. Medo da Zika. Água podre que causaria lesões gravíssimas. Tiros nos locais de competição. Começaram os jogos e nada disso aconteceu. Correu tudo bem, com um show da calorosa torcida brasileira que empurrou o Rio 2016 para o sucesso. Custou caro, é claro. Como disse uma das músicas do animado encerramento, "como será o amanhã?". Mas uma vez escolhido, o Rio não poderia deixar de fazer os jogos. Deu certo, a forma como aconteceram as cerimônias, o parque olímpico ficou lindo (pena que custou o fim do autódromo de Jacarepaguá) e a área do porto virou um ponto turístico sensacional. É hora de cobrar o legado, se tudo que foi exposto será realizado. Mas o Rio passou o recado.

A medalha, o fim do peso olímpico e as lições que ficam

Imagem
Lucas Figueiredo / Mowa Press Sim, o futebol olímpico do Brasil fez vergonha no início dos Jogos. Sim, agora foram campeões. Nos pênaltis. Na disputa onde um chute errado pode colocá-lo no céu ou no inferno. O Brasil se livra daquele peso do "título que nunca teve". Agora tem. Não foi brilhante. Foi voluntarioso depois que viu a água bater na bunda. Não tinha toda aquela qualidade, mas mostrou vontade depois que todo mundo caiu de pau. O adversário não era aquela Alemanha. Mas era um time bem treinado. Do mesmo nível que a seleção olímpica do Brasil. Aí vem o primeiro aviso, que não é novidade pra ninguém: eles tem um trabalho de base muito melhor. Se tivesse vindo o sub-23 "real" deles, possivelmente o resultado não seria esse. Dou os parabéns, mas ao mesmo tempo deixo o aviso: há muito trabalho a ser feito. A conquista é importante pelo simbolismo da medalha que nunca veio, mas não diz muita coisa ao olhar no calibre dos adversários. Mas serve pra

A vergonha do futebol olímpico

É uma espécie de carma. O futebol (masculino) olímpico sempre enfrenta dificuldades em olimpíada, carregando aquele fardo do título que nunca veio. Aí a cobrança aumenta e o time, que sofre daquele surto de indiferença nacionalista. É fato que não há foco. E também não parece haver padrão tático. Rogério Micale assumiu o trabalho com moral, com discurso modernista e dando a esperança de que o time não passasse dificuldades olímpicas. Errado. Se viu em campo o mesmo caos, com excesso de individualismo, nada muito diferente da era Dunga. Pouco tempo de treino? Peraí. O time foi construído em meses de amistosos de preparação e com 15 dias de treinos que dariam, ao menos, pra colocar um mínimo de padrão. O empate com o Iraque despertou mais uma vez aquele discurso ufanista de mudanças na CBF. Entendo que o viés da discussão não é exatamente esse, mas a observação é válida. Especificamente no caso olímpico, é questão de ver quem está a fim de jogar. Neymar não está, e a faixa de capitão