O fim das Participações no Figueirense

E hoje foi batido o martelo. Sem guerra jurídica, mas com a perda de jogadores da base para um empresário, o fim da gestão da Figueirense Participações foi selado. Agora, o clube conseguiu o que queria: irá caminhar com suas próprias pernas em dez dias, e terá a missão de fazer o time voltar a Série A.

Quero chamar a atenção para um fato, que remete aos meus tempos de faculdade e início da carreira jornalística, final da década de 90. A mesma Figueirense Participações que hoje deixa o alvinegro sob o alívio de grande parte da torcida, foi a responsável por uma importantíssima guinada no futebol catarinense. Apesar de toda a discussão que envolveu a figura de Paulo Prisco Paraíso no governo Estadual, a partir do momento que a "Participações" montou aquele time de 99 com Júlio César e Camanducaia, forçou outros times, e aí cito o próprio Avaí, que se viu em meio a uma fila sem títulos até o ano passado e viam Criciúma e Joinville crescer no cenário do Estado nos últimos anos, a buscar se profissionalizar. Houveram inovações para a época, como a grande campanha de sócios, a comercialização de espaços e a primeira vez em que houve um uso efetivo das ferramentas de marketing no futebol catarinense.

Mas como a Participações era um negócio que visava lucro, o torcedor alvinegro tinha sérias reclamações, principalmente quando vinha a ideia que "o Figueirense busca lucro, e não títulos". A derrocada começou em 2007, quando o time perdeu a Copa do Brasil em casa para o Flu. Lembro-me como se fosse ontem que o técnico Mário Sérgio havia dito que estava ali "para revelar jogadores para venda, não para ganhar títulos". A lua de mel acabou ali.

E nisso, entram os conselheiros do clube, que mostraram que não são vaquinhas de presépio e, dentro dos seus direitos, questionaram a parceria. Os blogs dos alvinegros, e faço questão de citá-los de novo aqui, foram de importância enorme, pois traziam à tona todos os problemas, e deixavam abertas à toda a torcida as discussões acerca dos acertos e erros do clube. No fim desse debate, a figura do Figueirense Futebol Clube volta a existir. O clube perdeu vários talentos numa negociação polêmica com a Brazil Soccer, mas esse era o custo da liberdade. Os livros de história contam que a independência do Brasil de Portugal não foi feita de graça. Os portugueses levaram riquezas de nosso país, para depois nos deixar livres. O clube teve que pagar um preço pela liberdade, mas com um trabalho bem feito, novos Lucas, Robertos e Alexandres podem aparecer, e render bons dividendos.

Boa sorte à torcida alvinegra.

Comentários

  1. figuira tem q agradecer a deus por essa parceria ter existido, o futebol de sc tb.

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