Arbitrariedade?

Peguei este depoimento hoje na comunidade do Orkut do Avaí. Era uma manifestação de um torcedor, enviada para o Tulio Cavalazzi, avaiano que também é blogueiro como eu. Não irei comentar o fato. Apenas leia e veja em que mundo estamos:

Bom dia, Seu Tulio.

Desculpa se estou deixando parecer que o senhor é alguma espécie de psicólogo, terapeuta, confidente, ouvidor ou que desempenha qualquer outro tipo de função, que se dedica a escutar e resolver problemas dos outros, mas é que o teu blog tornou-se o principal canal de expressão de todos os avaianos, onde podemos reclamar, elogiar, chorar, sugerir e sorrir com todas as coisas que dizem respeito ao nosso Avaí. E não só do Avaí!. Eu sou leitor do teu blog, sócio do Avaí, funcionário público, nunca levei bomba para estádio de futebol, nunca joguei pedra em ônibus de torcida adversária, nunca quebrei vidro de carro, mas ontem me senti como se fosse um dos piores marginais de Florianópolis! Vejo que vem sendo amplamente rejeitada pela sociedade esta medida absurda de proibir o consumo de bebida alcoólica nos entornos dos estádios, também estou de acordo com esta turma que nada tem a ver com as transgressões dos outros. Ontem, como não venderia mais cerveja antes e depois do jogo, peguei um isopor emprestado de um amigo e comprei cervejas no supermercado, cobri com gelo e rumei à Ressacada; chegando lá procuramos uma rua e andamos no sentido contrário ao Estádio a fim de nos colocarmos a uma distância "permitida". O problema é que não sabíamos que a "proibição" era extensa ao consumo, achávamos que só não mais seria permitida a venda e mesmo assim nos afastamos para evitar problemas. Pois bem, quando estávamos (eu, meu pai e mais 3 amigos) assentados num estacionamento, com o isopor no chão e tomando a nossa cervejinha, brotaram 8 samangos com roupas caquis e coturnos pretos, cheios de ódio (acho que porque cortaram a cervejinha deles), e logo se dirigiram ao nosso encontro. Chegaram intimando, com as mãos postadas nos seus aparelhos de repressão (pistolas e revólveres),e um deles, com uma laterna que normalmente deve ser usada para procurar drogas no meio do mato, "encontrou" o nosso isopor, como se este estivesse furtivamente escondido, mas estava do lado do carro, mais precisamente encostado na roda da frente, à vista de todos! Tentamos argumentar, pois não sabíamos que o consumo também era proibido, sem sucesso, tentamos dialogar, por sermos civilizados, dizendo que não mais consumiríamos a bebida e que nos afastaríamos, sem sucesso! O moleque de roupa caqui, sim, moleque, não devia ter mais do que 20 anos, perguntava como se fosse um cão faminto "de quem é o isopor???"! Mas é claro que era nosso, ou ele queria um registro de assentamento do recipiente? Até falamos que era nosso, mas ele não se deu por satisfeito e tomou a medida mais louvável, admirável e educada que um policial militar pode tomar: "Quebrou o nosso isopor a pontapés com o seu colérico coturno, pisou, pulou em cima, abriu cerveja por cerveja e jogou no chão, como se estivesse desmantelando a principal quadrilha do estado, enquanto os outros 7 samangos nos vigiavam para que não tivéssemos nenhuma reação emocional". Não consegui nem ver o jogo direito, estou até agora fabulando coisas, argumentos que não demos, atitudes muito mais cavalheiras e humanas que eles poderiam ter tomado, levando à reflexão se a correta é a educação militar e não a que o meu pai me deu, enfim, isso tudo me deixa muito intrigado, humilhado, impotente, pois nunca fiz mal a ninguém, sóbrio ou ébrio, e ontem fui tratado como o maior vândalo da cidade, do tipo de joga bomba em estádio, atira pedra em ônibus, quebra vidro de carro... Um grande abraço. (DEIXO DE COLOCAR A ASSINATURA TEMEROSO DE UMA REPRESALIA AO MEU AMIGO)


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