Criciúma Campeão de 1986?

Matéria do "Diário de Pernambuco" de ontem, 22/06:

Um título esquecido por muitos, mas não pela fiel torcida do Central. Depois de 22 anos de espera, finalmente a Patativa poderá obter o reconhecimento oficial da Confederação Brasileira de Futebol pelo título de campeão brasileiro da Segunda Divisão de 1986. Um título que já é cantado há muito tempo pelos torcedores que freqüentam as arquibancadas do Lacerdão, e que transformaria o Alvinegro de Caruaru no primeiro clube pernambucano a conquistar um campeonato nacional. O Central irá encaminhar, ainda neste ano, um requerimento à CBF juntamente com os outros três clubes (Treze/PB, Criciúma/SC e Internacional/SP) que também se proclamam campeões de 86.

Quatro vencedores? Isso mesmo. Como é de praxe no futebol nacional, tudo começou por causa do confuso regulamento do Nacional daquele ano. Nos anos 80 (mais precisamente até 1987), os estaduais eram classificatórios para a Taça de Ouro, como era chamada a Série A na época. Pernambuco, por exemplo, tinha direito a duas ou três vagas na elite. Assim, os clubes que ficassem de fora da Primeira Divisão eram automaticamente classificados para a Taça de Prata (Série B). E assim foi de 1980, com o Londrina campeão, até 1985, quando a Tuna Luso, de Belém/PA, ficou com a taça.

Em 1986, porém, a CBF passou a chamar a Taça de Prata de 'Torneio Paralelo', com quatro grupos, compostos por nove clubes cada um. Os quatro vencedores avançaram para a Taça de Ouro do mesmo ano, sem que houvesse qualquer tipo de fase final para decidir o campeão da Segundona (quadrangular ou semifinal e final). Desde então, os quatro contemplados passaram a se autoproclamar campeões da Série B daquele ano, e expõem a conquista, inclusive, em seus sites oficiais, ao contrário da CBF, que não listou o ano em sua galeria de campeões, de acordo com o site oficial da entidade.

A luta pela oficialização do título nacional começou há dois meses, quando o presidente do Central, Ronaldo Lima, recebeu um telefonema do diretor jurídico do Treze, Eduardo Medeiros, para que fossefeita uma ação conjunta entre os times para encaminhar o pedido à CBF. A Inter de Limeira também já foi contatada, faltando somente a diretoria do Criciúma. O material que vem sendo reunido pelos clubes conta com reportagens de jornais, vídeos de jogos e fotos.

Uma luta pra valer. Se depender dos dirigentes dos dois alvinegros nordestinos, a batalha pela Segunda Divisão de 1986 poderá acabar até na Justiça Comum. Segundo o diretor jurídico do Treze, Eduardo Medeiros, o pedido à CBF só será feito após a fundamentação completa do pedido, com provas suficientes para convencer o diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio. Mas o "plano B" também já está traçado. "Nós vamos fazer uma ação específica de reconhecimento do título, mas se em 60 dias a CBF não der uma resposta, a Lei nos dá o direito de entrar com uma ação na Justiça Comum", disse Eduardo Medeiros.

Ele argumentou que o Treze chegou a receber uma taça na época, com direito a volta olímpica após a vitória no Grupo E (a Inter de Limeira venceu o G e o Criciúma ficou em primeiro no H). "Na época, aquilo foi comemorado como uma Segunda Divisão sim, tanto que a CBF chegou a dizer no passado que o Treze foi o campeão, assim como os outros times. Nós estamos engajados nisso, dando os primeiros passos e buscando onosso título. Ele pode até ser dividido por quatro, desde que haja o reconhecimento oficial", completou o dirigente do time de Campina Grande.

A reportagem do Diario entrou em contato com a Diretoria de Competições da CBF. A assessoria do órgão informou que a Confederação nunca recebeu qualquer tipo de solicitação dos quatro clubes sobre a edição do Nacional de 1986. Mas pelo menos um indício já pode pesar a favor do pleito. Os outros 32 clubes que participaram do Torneio Paralelo de 1986 receberam a mesma pontuação no ranking da CBF equivalente à atual Série B, que premia o vencedor com 40 pontos, o vice com 39, e assim por diante. Já os quatro campeões ganharam a pontuação da Série A.


Seria o quarto título nacional da história do Criciúma.

Comentários

  1. Em 1986, o Tigre POSSUIA UM VERDADEIRO TIMAÇO, com jogadores como Rachedi, Sarandi,Itá entre outros. Disputou a chamada Taça de Prata, também conhecida como Torneio Paralelo da CBF, empatando uma partida e ganhando as demais. Contava com oito adversários no Grupo H e, com o primeiro lugar assegurado depois de um turno único, subiu imediatamente para a divisão de elite. Ficou na frente de Marcílio Dias, Pinheiros (PR), Londrina (PR), Juventude, Avaí, Novo Hamburgo, Brasil de Pelotas e Cascavel (PR). É MAIS UMA ESTRELA NA CAMISA DO MAIS GLORIOSO CLUBE CATARINENSE. PARABÉNS TIGRÃO!

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  2. ba gente vocês com tantas histórias para contar e não colocam o nome no comentario?
    meu nome é gisele martins medeiros e sou estagiaria ajudando a montar a historia do Criciuma E.C se puderem me ajudar com histórias de 86, talvez fotos eu ficaria muito grata. meu email gih.museu.criciuma@gmail.com
    obrigado.

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