Desinteresse no JASC preocupa

Muitos podem entrar nesse blog e pensar "lá vem esse chato falar em Jogos Abertos de novo. Quero ver futebol!". Mas se o assunto é JASC, eu sou chato mesmo. É ali que aparecem as grandes revelações do amador, onde muitas cidades treinam para chegar, e onde acontece a maior festa do esporte do Estado, há quase 50 anos.

Hoje aconteceu o tradicional cerimonial de acendimento do Fogo Simbólico dos Jogos, em Brusque, onde tudo começou em 1960. Sempre foi um evento concorrido, com grande presença da imprensa e público. A prefeitura daqui não divulgou bem, e o público foi fraco. A imprensa do Estado nem deu bola. Nenhum grande diário de SC mandou um fotógrafo, e sem querer puxar brasa pra minha sardinha, só nossa emissora estava lá acompanhando tudo. A RBS apareceu com um cinegrafista com 1 hora e meia de atraso. As outras redes deram de ombros.

Eu me acostumei a assistir os Jasc na televisão com ampla cobertura. Lembro quando o Mário Motta veio a Brusque apresentar os boletins em um caminhão encostado no prédio da Telesc. Sou do tempo que o Roberto Salum e o Quirino Ribeiro comandavam o "Abrindo o jogo" com transmissões diárias nas tardes do SBT. Hoje, o desinteresse tomou conta.

A que se deve isso? Vários motivos. O primeiro: dinheiro. Hoje tem rede de TV que só vai pros Jogos se a prefeitura anfitriã pagar um monte. Se não pagar, dá no máximo uma materinha jornalística. O fato da realização dos JASC não mobiliza mais a imprensa pela sua realização. Cerca de 50 emissoras de rádio cobrirão o evento, mas se não fosse o empenho da CCO em negociar com a Oi a permuta das linhas de transmissão, não sei se sobrariam 10. Isso que a imprensa ganha hospedagem e alimentação na faixa. Há também o descompromisso de alguns dos principais times do Estado, que não mandam força máxima. Há exceções, caso do time de futsal da Krona, que vai com todo mundo para Chapecó representar Joinville. A Malwee, ao que se sabe, cederá seis jogadores para representar a cidade-sede, mas Falcão estará lá para as ações de marketing. Há um outro ponto, que é a capital do Estado: Florianópolis sempre leva alguns troféus, mas sua população e imprensa não levam muita fé. E como a capital dita muitas regras...

Os Jogos Abertos de Santa Catarina são fundamentais para a manutenção do esporte amador do Estado. Em várias modalidades, ganha uma importância maior que até o estadual da categoria. Há esportes que treinam o ano todo visando a competição de novembro, e esse fato faz deles indispensáveis. Dia 12 estarei pegando a estrada para mais 10 dias de cobertura. Será uma overdose de esporte pra quem gosta. Queria eu ver o mesmo clima de 10 ou 15 anos atrás.

Pronto, o chato não fala mais de JASC nessa semana.

Comentários

  1. vai ser muito chato mesmo. 10 dias quase sem notícias do bfc, falando de bolão, botcha, joinville, chapecó não sei quem mais dominando jogos sem interesse...blog poluido com noticias dessas cidades, brusque atrás de nova trento, pomerode e outras metrópolis pq aqui ninguém se interessa muito... isso sem falar daqueles que contratam atletas profissionais como o tal de Hugo do ping-pong para representar a cidade....

    acho que só um répórter pra dar as notícias de lá já mais do que suficiente, mas em todo o caso esperamos que pelo menos as transmissões dos jogos do bfc sejam feitas nesse periodo.

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  2. hehehe esquece JASC rodrigo hehehe

    nem nessa semana nem nunca mais, JASC nunca teve graça.

    Abraços

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  3. Bem dito mesmo, Rodrigo... Desinteresse em jogos desse tipo que fazem muita gente perder dinheiro porque investiu só em futebol.

    Eu acho triste termos uma receita do tamanho que tem o futebol de campo, em contraste com os trocados dados aos outros esportes.

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  4. Sakae

    Pois é, o pior é quem recebeu a maior parcela de investimento do estado nesse ano não foi o futebol de campo. Foi o show-ball, que é apresentado em ginásios: 700 mil pra pagar um show de aposentados. Esse dinheiro seria suficiente para patrocinar 1 ou 2 JASC. Ou para construir centros esportivos.

    Só pra dizer outra coisa, hoje o volei profissional recebe muito mais dinheiro do estado do que o futebol. A AD-Brusque-Pomerode que disputa a superliga recebe 360 mil, certamente o time de volei masculino de Florianópolis recebe mais ainda, a Unisul deve receber. Nenhum clube de futebol recebe tudo isso.

    Não estou dizendo que isso está errado. Muito importante para o estado patrocinar e ter clubes disputando a superliga nacional. Está se criando uma cultura forte de volei aqui no estado, formando atletas em Florianópolis, Brusque, Nova Trento, Pomerode, etc. Nesse caso o investimento está sendo bem feito.

    Como não recebem nada do estado, alguns clubes tem recebido ajuda do poder publico municipal. As vezes muito, como é o caso de Chapecó e Joinville, o que acho justo, e as vezes pouco, como é o caso de Brusque. Mas esse pouco é fundamental para sobreviver.

    Nada mais justo. Além do bem estar social, o objetivo do poder público é promover lazer pra população. Pão e circo, como se dizia desde o império romano.

    Todos os clubes de futebol, com raríssimas execeções, tanto aqui em SC qto fora, são deficitários. Geram mais despesa do que receita. Lutam pra sobreviver e formar um plantel a altura da competição que disputam.

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