Chapecoense, de favorita a rebaixada

A torcida da Chapecoense viveu todos os tipos de emoções em um ano. Teve alegrias, mas vivenciou aquela que talvez foi a maior tristeza de sua história. São vários os motivos que culiminaram com o rebaixamento de um clube que, no começo do ano, era chamada de nova força do futebol catarinense e favorita ao título estadual.

O Verdão do Oeste apostou em uma continuidade, mantendo grande parte do elenco da Série D, com Mauro Ovelha no comando. Mas o oba-oba era grande, e a diretoria afrouxou a fiscalização sobre o grupo. Aí veio o problema número 1 indicado pela torcida e imprensa: as puladas de cerca de parte do grupo. Isso colabora para a divisão do plantel, e não tem treinador que una um grupo dividido, já que a diretoria não controla os atletas que, nesse momento, deixam de ser profissionais.

O sinal de alerta do mau futebol mostrado veio na terceira rodada do turno, quando o time penou para ganhar do Juventus em casa. Tinha gente rezando para o jogo acabar. Depois disso veio a primeira derrota em casa, a queda de Mauro Ovelha e a vinda de Suca, e ainda a diretoria descartava as chances de rebaixamento. Até a derrota vexatória em Jaraguá do Sul. Ali que a coisa fedeu. Bruno Cazarine, que fez um bom campeonato no ano passado em um time que tinha dois laterais em ótima fase e que cruzavam direitinho em sua cabeça, e que quando saiu do Verdão estava apagado no Guarani, não resolveu.

Guilherme Macuglia veio e tratou de remendar o time. Botou Cazarine no banco e trouxe vários reforços do Cianorte, time que nem ficou entre os oito primeiros do Campeonato Paranaense. O remendão não deu certo. A vitória em Imbituba só serviu para tirar o time da UTI para morrer em casa. E a pior notícia veio no domingo. A Copa do Brasil também prejudicou, pois desviou o foco da situação calamitosa do Catarinense.

Eu vi de tudo nesse ano com a Chapecoense: diretor chamando repórter de mentiroso, outro diretor colocando culpa na imprensa, torcida chamando jogador de cachaceiro na porta do vestiário, e até roupeiro atravessando o campo da Arena Condá de carro para "resgatar" jogadores no vestiário, entre outras coisas. Claramente, o ambiente estava extremamente bagunçado. E não será tão fácil limpar a casa. Boa parte dos jogadores que decepcionaram em campo neste rebaixamento tem contratos longos, caso de Rafael Morisco, que arrebentou no ano passado e agora sumiu, cujo vínculo vai até 2012, e Luiz André, até o ano que vem. Até o atacante Tuto, que veio como esperança de gol e revoltou a torcida, mesmo machucado vai receber salário até o fim do ano. A não ser que o presidente abra a mão e pague a rescisão de todo mundo.

Esse negócio de encher a bola demais, chamar de quarta força, achar que só o nome colocaria o time na final, foi prejudicial. Faltou humildade para admitir os erros e eliminar as laranjas podres do elenco. E assim, todos do clube foram naufragando, no mesmo barco, para a segundona. Uma reformulação geral, começando pelo departamento de futebol e no elenco, será primordial para levantar a Chapecoense já na Série C.

Comentários

  1. Séries C e D não são parametro. Hoje SC tem 2 clubes rebaixados disputando as Séries C e D.

    É muito mais importante estar na elite de SC do que numa dessas séries.

    Quero ver qual o calendário da Chapecoense no primeiro semestre do ano que vem.

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  2. do jeito que ta a serie c e d são uma porcaria, a maioria dos clubes fazem 6 jogos ou 8 no maximo.

    ja disse que tinha que acabar com a serie c e d, e fazer 4 campeonatos regionais, entre maio e agost: sul, sudeste, norte/centro e nordeste, com cada regiao decidindo com quantos clubes e formulas. dai os dois melhores desses regionais, fazem um octagonal com os 4 melhores subindo pra b, entre setembroe novembro.

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