As chaves para o clássico final

Desde as primeiras horas da segunda, torcedores alvinegros trocaram as lamentações e as muitas críticas ao desempenho do time na Ressacada pelo discurso do "Eu Acredito", pedindo raça e mobilizando para a dificílima tarefa do domingo no Scarpelli.  Não poderia ser diferente, mas o Figueira tem uma tarefa pra lá de ingrata, que gira no inconsciente de muita gente como impossível. A torcida avaiana, por sua vez, está em êxtase. Mas Hémerson Maria já deu a letra de que o foco será mantido, e também não seria diferente. Todo mundo lá é profissional.

Mas o jogo em si reserva algumas perguntas a serem respondidas, chaves para o clássico final:

- Como o Avaí estará postado na decisão. É fato que o time avaiano, nos últimos dois jogos, conquistou duas vitórias com uma proposta de jogo bem clara, um 4-4-2 clássico, sem muitas inovações. Branco foi mudar o jeito do seu time jogar na Ressacada e todos viram o que aconteceu. Se não houver surpresa, Patric volta para a lateral-direita enquanto que Pirão volta da suspensão indo para a esquerda. Portanto, nada a mudar no jogo. Mas Hémerson terá encontrar a equação entre "segurar o adversário" e "não retrancar demais". Essa é a fórmula para que ele não tenha susto para conquistar o título. Sou mais do partido de não mudar no time, mas 99,99% dos treinadores não fariam isso em situação semelhante.

- O Figueira não terá força máxima: pode ser que Aloísio jogue, apesar dos prognósticos médicos não serem os melhores, e Julio César mostrou de forma clara que não está 100%. Esse é o pior desafio de Branco: organizar um abafa sem o que tem de melhor em mãos. Ainda por cima, vai ter que organizar esse abafa depois de ver sua armação ser anulada pela dupla de volantes adversários.

- O Avaí é a melhor defesa do campeonato: tem Leandro Silva e Renato Santos, a melhor dupla de zaga do Estadual, que ainda por cima, sabe sair jogando. Vão trabalhar bastante no domingo, mas que o Figueira tome cuidado na bola perdida: uma das principais saídas no contra-ataque é a bola esticada na lateral. E como sabemos que as laterais alvinegras não chegam nem perto do que eram Bruno e Juninho, a preocupação aumenta.

- O bloqueio psicológico. O discurso pode ser bonito, de tentar e acreditar na virada. Mas a paulada de ter tomado três do jeito que tomou machuca muito o psicológico do jogador. Um ex-atleta me disse hoje: "tem gente do Figueira que vai perder o sono pensando que vai ter que fazer três de diferença pra forçar os pênaltis, e quatro pra ganhar. É muita coisa". Eu penso que cada jogador alvinegro tem que botar a mão na consciência e ver o que (não) fez, e buscar um improvável resultado.

É um resultado quase impossível de se virar, mas em futebol, não podemos duvidar de nada. A tática que Branco montar vai durar pouco. Em dado momento do jogo, se os gols não aparecerem, vai ser partir pra cima do jeito que der. O jogo de ida melou tudo, e isso deve custar aquele troféu medonho de campeão.

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