Excelente resultado do Figueira, mas...

Quem não viu o jogo, ou viu até aquele gol em que o Caio, que estava sumido no jogo, apareceu atrás do Leandro Castán para empatar a partida, sabe que esse empate caiu do céu. O Figueira estava desarticulado de uma forma que assustou. Mas empatar com o time completo do Corinthians, com um jogador a menos por boa parte do segundo tempo é um excelente resultado.

Ponto que deve ser creditado à estrela de Caio. O time em campo não colaborou em nada.

Na verdade, Argel montou um time para tentar o empate, e em dado momento do jogo, pra não tomar mais. Vejamos: os laterais apresentam os problemas críticos que já escrevemos aqui. O sistema de marcação alvinegro tem situações que não são permitidas, ainda mais quando o time está em campo postado com três volantes. Julio César pode ter falhado em não acompanhar Alessandro no lance do gol do Corinthians. Mas ali era o lugar dele estar? Não deveria haver uma distribuição melhor, para que a jogada pela direita, que é muito usada, fosse coibida? Foi ali que o time de Tite que, diga-se de passagem não fez uma partida boa, abriu o placar.

No segundo tempo, o pouco que havia no sistema de armação do Figueira foi pro saco de vez, quando Argel sacou Roni para colocar Aloisio. Tá certo que o camisa 10 não é nenhum primor em armação, ele tem uma característica mais para atacante. Mas ele estava lá para fazer a ligação, e o técnico abriu mão. Aloisio correu pra lá e pra cá para atazanar os zagueiros, mas a organização ofensiva do Figueirense inexistia. Num lampejo, Caio apareceu no meio dos zagueiros e botou na rede para garantir um improvável ponto fora de casa. O medo é que Argel ache que esse é o esquema certo para enfrentar grandes times fora de casa. Não há espaço para sonhar em vitória ou pensar que o adversário que vai para o ataque deixa espaços a serem explorados.

O Figueirense empatou um jogo em que chutou apenas 5 bolas a gol, contra 16 do adversário. Teve 71% de passes certos, contra 86% do Corinthians. Isso diz muito para alertar que o caminho para o sucesso na Série A não é esse aí não. Tá certo que ainda faltam reforços em posições-chave (principalmente as laterais). Mas dá pra fazer coisa melhor, como um marcador que saiba carregar a bola, coisa que Pittoni pode fazer.

A questão aqui é mudar a postura. O caminho que Argel está tomando é perigoso. Nem todas as noites serão como essa.

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