Uram fora do Figueira, e o Figueira sem Uram
O clube está dividido. De um lado o Conselho, que defende a independência do Departamento do Futebol. Não deseja que o parceiro (Alliance) influa, ou que pelo menos se reporte ao clube. Mudanças no Estatuto estariam sendo discutidas para atingir esse desejo. Do outro lado a Alliance, que acredita que tem o dever de influir no futebol. Quer manter Marcos Moura Teixeira para influir neste setor.
Um das primeiras quedas de braço se deu esse ano. Chico Lins chegou a ser demitido por Teixeira, jogadores e membros do clube reagiram. A demissão foi revogada pelo presidente. E o presidente? Até então Lodetti parecia estar ao lado do Conselho, mas ao que tudo indica tudo mudou.
Neste domingo, poucos minutos antes do jogo Lodetti declarou, em alto e bom som, na CBN/Diário, que se Wilfredo sair, ou seja, Alliance, ele (Lodetti) sairia também. (...) O alvinegro iria contratar Adilson Batista. Desde quinta o clube estava em contato com o treinador, tudo via Eduardo Uram. Assim como foi com Loco Abreu.
Desta vez a transação não deu certo. As tensões entre as partes do clube aumentaram e a Alliance desta vez bloqueou a vinda do treinador. Bloqueou por conta da interferência do agente Eduardo Uram. A Alliance quer ter total controle sobre o técnico. Detalhe, Adilson tinha aceitado salários e contratos, não aceitou a interferência. Informação veiculada no Fut/SC, mas que igualmente tive acesso.
O evento não foi isolado. O clube iria trazer reforços para posições tão discutidas. Todas negadas, desculpas variadas, incluído as negativas do próprio treinador. Mas o verdadeiro plano de fundo? Não trazer mais jogadores com alguma ligação com Uram, mesmo que não pertencendo a ele.
Eis a novidade, Adilson Batista foi a cereja do bolo. Eduardo Uram está fora do alvinegro. Fontes internas confirmaram a informação no decorrer desta manhã de segunda.
A não vinda de Adilson foi o sinal. Sinal com a anuência de Nestor Lodetti, que até uma semana atrás falava que enquanto estivesse no Figueirense, Uram estaria também. A negociação para vinda de Adilson seria comandada pelo presidente, mas acabou acontecendo com os responsáveis da Alliance. Ou melhor, a contratação não ocorreu.
Fato é que, apesar das necessidades de mudança no comando técnico e reforços, o alvinegro, neste início Brasileiro trava uma guerra interna. As consequências estão ai, nem mesmo é preciso inúmera-las. Perdemos um ótimo treinador e reforços. Resultados imediatos deste problema interno, estes os quais agora deverão ser resolvidos pela parceira Alliance.
A questão agora é buscar saber como ficará o futuro do clube. Qual será a conduta do Conselho Deliberativo. E a maior das perguntas, o futebol tem jeito?
(Atualização: Lista dos jogadores do Figueirense que pertencem a Uram: Wilson, Júlio Cesar, Guilherme Santos, Ronny, Fred, Jackson, Anderson Conceição, Wilson Pitoni, Aloísio, Coutinho, Doriva, João Paulo Goiano, Luiz Fernando, Pablo.)
Minha vez: Uram tem os direitos de muitos dos jogadores do elenco. Era o parceiro principal, que colocou o time na Série A e com excelente campanha no ano passado. Chegou a declarar que tinha como prioridade o Figueirense. Mas qual parceiro iria querer investir em um ambiente tão turbulento? Uram preocupou-se com a má fase do time e trabalha para ajudar, intermediando a negociação com Loco Abreu e Adilson. Mas o outro parceiro, a Alliance, não quer saber disso, e agora Uram está fora. Seus jogadores devem continuar no clube, com que motivação eu não sei. Agora que Lodetti e Alliance assumam as rédeas e mostrem competência. Fui questionado hoje "Ah, mas o Uram estava no Criciúma, os jogadores saíram e o time é líder da B". Verdade. Só que lá, Angeloni fez um contrato de gestão, ele, e somente ele, é dono do futebol do clube, e só. Não tem conselheiro nem ninguém que o incomode. Além disso, Lodetti terá que explicar no Conselho a sua fidelidade à Alliance declarada na CBN ontem. É muito problema pra resolver em pouco tempo, e já tem jogo depois de amanhã. Coincidência ou não, tudo caminhava aparentemente bem até aquela primeira final do catarinense na Ressacada. São quase três meses negros.
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