Balanção 2012: Criciúma

Fica até fácil avaliar e elogiar o ano do Criciúma depois de um acesso para a Série A e uma comemoração que foi longe no Sul do Estado. Mas olhando o ano como um todo, o torcedor teve muito o que se preocupar. No fim deu tudo certo, graças a uma guinada provocada por um péssimo resultado no Estadual.

Vamos lá pro início do ano: depois de um começo promissor na Série B de 2011 e um final melancólico, Márcio Goiano teve a incumbência de fazer uma senhora limpa no elenco e montar o time para o Catarinense. Não deu certo, e ele não aguentou sequer um mês de campeonato, sendo demitido na metade de fevereiro. O primeiro semestre, leia-se Estadual, foi um desastre: o time ficou em sétimo no catarinense, com um futebol abaixo da crítica, e acabou eliminado da Copa do Brasil com uma goleada contra o Atlético-PR. Por causa disso, e já adiantando, o time não será o líder do Ranking BdR que será divulgado mais para a frente.

O gerentão Rodrigo Pastana trouxe Paulo Comelli como plano B em Abril (o nome da vez era o de Toninho Cecílio) e a coisa funcionou de forma espetacular. O time engrenou uma série de vitórias, mandava dentro de casa e conquistava importantes pontos fora. Fora isso, Zé Carlos desandou a fazer gols, Lucca resolveu brilhar depois de uma apagada passagem por Chapecó e, em questão de dias, o Tigre era falado aos montes Brasil afora. Era o time da moda, e todos queriam saber o segredo do time, que conseguiu alguns resultados improváveis nos acréscimos. A sorte estava do seu lado.

Time esse que começou a perder um pouco do encanto na reta final. O título poderia vir com tranquilidade, não fossem os tropeços dentro do Heriberto Hulse, onde o time era imbatível, contra o rebaixado Barueri, Joinville e São Caetano. Menos mal que a gordura acumulada e alguns resultados-chave fora de casa foram acontecendo, e o acesso virou uma realidade.

Analisando com a cabeça fria, depois da festa, e focando na montagem do Tigre para 2013, é bom notar que o time de Paulo Comelli encaixou de forma fantástica até certa parte da Série B. Com os buracos e solavancos da maratona de jogos, os parafusos começaram a apresentar folga, as lesões apareceram (principalmente a de Lucca), e o futebol não era o mesmo.

Mas a vaga na Série A coloca o time em um outro patamar. Os quase 2 milhões de reais de cotas de TV vão se transformar em mais de 16. Os planos de sócios terão os preços majorados e, obviamente, a qualidade do time terá que ser outra. Alguns jogadores do grupo do acesso poderão ficar, mas a reestruturação terá que ser grande para colocar o time na condição de não passar sustos em seu retorno à elite. As contratações terão que ser estratégicamente calculadas, sabendo dosar os muito experientes com as apostas, afim de ter um elenco equilibrado.

Antenor Angeloni trouxe Pastana e Comelli e chegou ao objetivo que ele traçou lá atrás quando trouxe Argel para a Série C: a elite. Agora o presidente terá que lidar com a grandeza do que conquistou. A torcida tricolor pega junto, mas é exigente. E o título estadual, que não vem desde 2005 quando Vágner Carioca fez aquele gol salvador em Ibirama, passa a ser uma obrigação, já que o clube é o único catarinense na Série A e precisa mostrar sua força no âmbito local.


Comentários

  1. Particularmente eu não que o titulo estadual (ainda mais agora que a classificação para a Copa do Brasil deve vir de qualquer jeito pelo ranking), nem classificação para as finais, ele só serve pra pensar que o time é ótimo e ir iludido para o Brasileiro com um elenco meia boca e cansado.
    Tem que usar o estadual (que nem deveria existir) para montar uma base, analisar quem serve ou não, as posições mais carentes e usar aquele mês entre estadual e Série A para se reforçar e fazer uma preparação forte para ai sim conseguir ir bem no brasileiro.

    A única vantagem de ir bem no estadual é que querendo ou não, atrai público e mídia, o que é bom nos planos de sócios e negociação com patrocinadores.

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