Em busca da "Espanhexcelência"

Desde a Copa das Confederações de 2009, a seleção da Espanha só perdeu três jogos: para os Estados Unidos, Suiça na Copa de 2010 e Argentina, em um jogo amistoso. Uma supremacia de quem coleciona títulos com um time ágil, solidário e com uma geração de atletas espetacular.

O time reserva espanhol é tão bom quanto o titular.

Trazendo para a seleção brasileira e traçando o que queremos ver no time para 2014, e colocando o melhor time do mundo como referência, vamos imaginar que o time de Felipão tenha que atingir uns 90% da Espanha para ser um time confiável. Falta muito? Ô se falta.

Aí você ve o time vermelho, que em alguns momentos é um Barcelona, com seus altos números de posse de bola e um ataque muito organizado, com um Iniesta soberano, que distribui a bola com uma maestria singular. Com a ajuda de bons volantes e rápidos atacantes, o time de Vicente Del Bosque dá poucas chances ao adversário que provavelmente terá uns 30% de posse de bola no jogo para não perder as poucas chances que vierem a aparecer.

O Brasil não vai jogar como a Espanha, precisa ser tão eficiente quanto. E isso significa uma defesa consistente, um meio-campo rápido e um ataque que faça gols.

Aí trazemos para a nossa realidade. Neymar, que fez um bom jogo contra o Japão, precisa encontrar a combinação entre coletivo e talento individual. Se encontrar, vai dar banho em Iniesta. Nesse caso, a temporada em Barcelona deve fazer bem, visando 2014.

Na zaga, Thiago Silva é um monstro. Falta encontrar em David Luiz, Daniel Alves e Marcelo, com Luiz Gustavo mais a frente, a linha defensiva de qualidade. Se Felipão manter essa linha até o ano que vem, quem sabe encontrem a "batida perfeita". Mas é uma aposta. Pode dar certo como muito errado em um torneio de alta exigência.

Na frente tem Oscar, que terá uma temporada inteira para crescer, e Fred, um 9 goleador que precisa manter a boa fase visando 2014.

É o caminho das pedras para um bom time. Ainda que o caminho do "time em obras", como diz Felipão, tenha passado pela vitória contra o combalido Japão, tem times mais fortes pela frente que vão dar a exata noção do andamento dos trabalhos. Esse time brasileiro ainda não é seguro nem confiável. Só o tempo, com uma boa continuidade e um pouco de sorte pode fazer o time amarelo chegar perto do que a "Roja" é hoje.

É necessário ter na cabeça que, hoje, e sem nacionalismo, o Brasil é uma seleção comum. Tem um ano pra mudar. Como diria um candidato derrotado no ano passado, dá pra fazer. Mas não é fácil.

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