Todo mundo quer a Caixa

Conversei sábado com o prefeito de Joinville, Udo Dohler. Ele estava revoltado com o que chama de "desprezo" da Caixa Econômica Federal com o JEC, já que o banco público fechou contratos de patrocínio na camisa do Avaí, Figueirense e Chapecoense, e não dá esperança alguma ao clube da sua cidade. Ele prometeu "aumentar o tom do discurso".

A verdade é que o patrocínio governamental (tem nova novela pintando aí, dessa vez com a SC Gás, vide abaixo) em clubes, principalmente aqueles menores do país, virou bandeira política de deputados e autoridades que conseguem trazer a grana da Caixa e, de preferência, divulgam para a imprensa que foi conquista deles. Na hora de assinar o contrato, eles estão lá presentes na foto, mesmo não sendo presença constante nos estádios em dias de jogos.

Depois de fechar contrato com Corinthians e Flamengo, a CEF virou alvo da classe política. Já teve até Fernando Collor trazendo pra si a responsabilidade de ter conseguido uma verba boa para o ASA de Arapiraca (de R$ 1 milhão). Recentemente, conversei com o deputado federal Marco Tebaldi, que deu a letra: os clubes precisam pedir para o pessoal da base do governo que pode sair patrocínio. A verdade é que o banco estatal não olha puramente para o lado do marketing. São tantos clubes fechando acordo Brasil afora que, se somar os valores, dá um número enorme. Todo dia tem gente visitando a sede em Brasília atrás de um contrato bom para os clubes da sua região. Dê uma pesquisa no Google e veja quantos clubes estão à espera do OK da Caixa. Eu mesmo me assustei ao fazer isso. Santos, Bahia e até os rivais ABC e América de Natal com a intercessão do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves. Quase todo mundo está negociando. Basta ter as certidões negativas.O último que fechou foi o Vitória, que vai receber R$ 6 milhões em um ano.

E na semana passada teve caso que vai dar polêmica aqui no Estado. A SCGás, empresa que tem o Governo do Estado e a Petrobras como sócios, vai assinar um contrato de patrocínio com o Criciúma no próximo dia 10, segundo o site da companhia. O repasse será de R$ 105 mil, e terá duração de um ano. A assessoria de imprensa da estatal informou via twitter que "O patrocínio ao Criciúma é uma decisão de mercado, em razão da atuação da empresa no segmento residencial da cidade". Podem anotar que em breve serão fechados acordos com outros clubes. Vai ter gente reclamando.


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