A falta de planejamento que assusta. Caio se foi ontem, e hoje Eutrópio

Flavio Tin / Notícias do Dia
As vezes me dá a impressão que tem gente que desaprendeu com todas as lições que o futebol dá todos os dias.

Criciúma e Figueirense faltaram nas aulas. Os seus dirigentes não souberam planejar e, com a bandeira do ultraimediatismo, demitiram seus treinadores. Os casos de Caio Júnior e Vinicius Eutrópio são diferentes, mas com uma mesma base: o baixo nível do Estadual e a necessidade de uma melhora de qualidade. Não duraram duas rodadas.

Caio pegou o barco do Tigre em chamas após todas as lambanças que o pseudo-técnico Ricardo Drubscky fez no time. O seu projeto tinha um prazo maior, com a remontagem de um elenco que não convenceu e que era uma desorganização só. Perdeu um jogo para o Palmeiras com interferência direta da arbitragem e para o Goiás, em uma bobeada no fim do jogo.

Nada disso adiantou para a diretoria do futebol do Criciúma, que não tem uma gestão profissional. O presidente deveria aproveitar para trocar todo o departamento. Seria melhor.

E aí vem o substituto: Wagner Lopes, que como jogador atuou pela seleção japonesa, cuja experiência como técnico no Brasil se restringe ao interior paulista (aliás, o clube parece ter uma paixão pelo Botafogo de Ribeirão Preto). Vem a pergunta: Caio veio com o discurso de ser um técnico experiente para tocar o projeto da Série A. OK. E o que dizer agora da aposta em Wagner, que tem um currículo limitado e nunca treinou na primeira divisão? O que credencia ele para ser o "salvador da pátria" nesse momento?

E nesta quarta, veio a demisão de Vinícius Eutrópio. Há exatos 17 dias, era carregado pela torcida como campeão estadual. Pegou uma bomba de time de Adilson Batista, organizou com o que tinha nas mãos, e conquistou o acesso. Duas derrotas no início do Brasileiro, e tchau pra ele.

Eutrópio reclamou por reforços. Precisa de mais qualidade no elenco, e isso estamos vendo com o mau início dos catarinenses nas duas Séries do Brasileiro. O Estadual foi uma enganação no nível técnico, e todo mundo precisa melhorar. Reclamou de ter jogado sem torcida em Barueri contra o Bahia, e estava certo.

Os dirigentes, que não consideram isso, resolveram limar o técnico. Fala-se em Guto Ferreira, que vem de uma temporada conturbada na Portuguesa e que, assim como Wagner Lopes, não possui nenhuma credencial que diga que ele possa ser "o cara" para resolver a situação.

E pode anotar: Eutrópio vai treinar um time grande logo logo. Foi vítima da má gestão imediatista e com visão nada profissional do nosso futebol. O problema não era ele.


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