O rádio esportivo merece mais respeito

Repórteres protestam em Salvador, durante o jogo Bahia x Avaí
Três emissoras de Joinville mandaram repórter para Lucas do Rio Verde, no interior do Mato Grosso, neste sábado. Depois do voo até Cuiabá, são cerca de 400 km até o local do jogo Luverdense x Joinville. Não é barato, além de ser cansativo.

Primeira rodada do Brasileirão com novas recomendações da CBF para a imprensa. Antes dos times entrarem em campo, os repórteres precisam ir para trás do gol, e de lá não saem até o final do jogo, onde podem, e só a partir dali, fazer as entrevistas com os atletas. Nada mais de palavras antes da partida ou no intervalo. A transmissão perde graça e o ouvinte fica sem a informação.

A CBF diz que foi pedido dos técnicos e clubes, algo que não podemos confirmar. Mas mesmo assim, é necessário trazer o Brasileirão, produto mal trabalhado e que precisa de mídia, para perto do torcedor. Um tiro no pé que deixou muita gente insatisfeita.

Sabemos que o momento não é favorável. Emissoras de rádio estão fechando equipes esportivas ( por causa da crise, baixa audiência ou má administração, depende do caso), e a decisão monocrática da CBF é mais um tiro no peito do produto que carrega a paixão pelo futebol em suas veias. Estimula-se aí a extinção do repórter nas transmissões. Bastará narrador e comentarista em frente a TV, coisa que prefiro não cogitar. Sou narrador, mas já fui repórter. É algo importante.

Agora é hora de ver o que as entidades de classe vão fazer em cima disso. Até agora não vi nota alguma, seja das duas associações nacionais de cronistas esportivos (sim, temos duas, a Abrace e a Aceb, mais recente, dissidência da mais antiga) nem das suas respectivas estaduais.

Repórter não é palhaço pra ficar em pé o jogo todo, muitas vezes debaixo de chuva e frio, pra só trabalhar quando o jogo terminar. Espero que logo isso seja corrigido para evitar uma injustiça, assim como aconteceu há alguns anos em Santa Catarina, quando a gloriosa Associação de Clubes do estado resolveu cobrar direitos de transmissão de emissoras de rádio no campeonato estadual, algo que não vingou e foi cancelado dias depois, até porque a lei brasileira proíbe isso.

Ah, e por favor não vamos comparar com a Europa. Transmissões de rádio lá dão sono, além de não fazerem parte de forma tão intensa como aqui no Brasil. Além do mais, as condições de trabalho lá são bem melhores que a maioria dos estádios por aqui.






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