A "lei surpresa" que revoluciona o esporte em SC e cria uma senhora confusão para o JASC

Caiu feito bomba. A Assembleia Legislativa aprovou, e o governador sancionou no início desse mês, sem repercussão alguma, uma lei que muda radicalmente a forma como são organizadas as competições da Fesporte no Estado. De uma hora pra outra, só estão autorizados a participar dos Jogos Abertos, Joguinhos e OLESC atletas nascidos no Estado ou residentes em Santa Catarina há mais de dois anos.

O mérito do projeto é bem interessante, mas há dois pontos: primeiro, seria injusto mudar as regras do jogo a 20 dias dos JASC em Lages. Segundo, que ele tramitou na Assembleia na surdina, foi aprovada em plenário sem nenhuma observação da bancada governista e pior, foi sancionada pelo Governador Raimundo Colombo sem que ninguém falasse "peraí, que projeto é esse?". A Fesporte, que deveria regular isso junto com o CED, foi pega de surpresa e virou a mulher traída da história.

O resultado foi bombástico. Como virou lei, pode criar um problemão no JASC, já que as inscrições acabaram, os times estão montados e, teoricamente, qualquer um pode ir à justiça e reclamar irregularidades. Durante todo o dia de ontem, reuniões aconteceram para ver o que poderia ser feito pra não melar as competições. Tudo poderia ser evitado com um pouco de atenção. O deputado Antonio Aguiar, autor do projeto, está radiante. Mas o Conselho Estadual do Desporto pensa diferente. Bem diferente.

Pra resolver isso, é necessário que se revogue a mudança na lei ou crie-se um dispositivo que dê "vista grossa" à mudança, até porque as inscrições acabaram e não se muda regra do jogo com ele em andamento. De toda forma, é uma rasteira nos órgãos responsáveis pelo esporte catarinense, que discutem um formato e depararam com uma lei pronta e em vigência.

Agora vamos ao mérito: é necessária uma mudança no que diz respeito às contratações, mas com alguns limites. Concordo, por exemplo, que esse dispositivo da nova lei atinja diretamente, sem mudar nada, as competições de base como Joguinhos e Olesc, que deveriam ser de formação, mas que conta hoje com times inteiros contratados de outros lugares do Brasil. Para os JASC, isso precisa ser aprimorado. Por exemplo, os times de futsal vêm com suas forças máximas, montados não só para os Jogos, mas para toda a temporada, incluindo a Liga Nacional. Seria injusto "limpar" os times desta forma, ainda mais impondo um limite de dois anos de residência. Por outro lado, a contratação de "seleções" de todo o país que chegam, desembarcam no JASC, competem um dia e de lá vão pro aeroporto, essa sim, precisa ser controlada com rigor.


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