Catarinense sem Premiere. TV Aberta com dificuldades. Há vida, mas é necessário trabalho



O Blog volta a falar de televisionamento do Estadual, diante das novas informações.

O presidente da Chapecoense, Maninho de Nes, afirmou ao amigo Badá que não haverá transmissão do Pay-per-view do Campeonato Estadual. Pode parecer grave num primeiro instante, mas vamos dissecar a informação. Os clubes recebiam muito pouco para ceder o "sinal para a praça" e ter impacto direto em suas bilheterias. Não chega a 100 mil reais por clube. Faça a conta de quantos assinantes existem em cidades como Joinville ou Florianópolis. Os números falam por si. Produto era vendido a um preço de banana. Sem contar o fato de jogar a partida para as 19h de uma quarta-feira ou, quando muita gente está voltando do trabalho e não consegue chegar no estádio, ou até as 10h da manhã de um domingo de praia, ou quem sabe sábado a noite.

E tem outra coisa: com a liberação da venda de cerveja cada vez mais próxima, só o que será arrecadado com os bares superará o que é pago pela TV por Assinatura.

Há também o fator internet. Um dos grandes clubes de SC já saiu na frente, com seu departamento de marketing já trabalhando firme na questão da transmissão das suas partidas. Apurei que um modelo já está sendo estudado para que a transmissão por Facebook ou Youtube aconteça.

Agora, o assunto é a TV Aberta. Aqui, houve um problema seríssimo em todo o processo de negociação. Primeiro, que os clubes delegaram à FCF a negociação com a Globo, já que a rede iria comandar o processo e a NSC, em processo de desmonte de sua estrutura (inclusive esportiva, limitando o trabalho dos seus jornais, tirando profissionais da área e jogando dois blocos do Globo Esporte carioca no lugar do antigo 100% estadual), dificilmente teria condição de pagar a conta.

O problema é que o presidente da FCF, Rubens Angelotti, recém-chegado ao meio e que mostra ainda sinais de que precisa de mais atenção, deu entrevista à Rádio Eldorado dizendo que a negociação com o Esporte Interativo e as outras redes catarinenses não prosperaram e que a única opção seria a Globo, sem plano B. Perdeu toda e qualquer alternativa de negociação. Resultado: a Globo jogou uma proposta para pagar por partida transmitida, em uma base financeira que os clubes não aceitaram. Criou-se o impasse.

Essa negociação nunca deveria sair dos clubes. Aliás, o campeonato precisa ser gerido comercialmente pelos clubes na totalidade, coisa que não acontece (o regulamento do Estadual 2018, assim como em outros anos, dá à Federação as placas centrais de todos os estádios. Na prática, isso permite a venda de naming rights sem satisfação aos clubes). Agora, criou-se um problema, que não é insolucionável.

A Globo quer comprar um jogo por rodada? OK, sigamos o modelo americano, com as outras partidas sendo disponibilizadas via redes, com potencial faturamento através da venda de pacotes comerciais, por cada clube ou pela Associação.

Sou crítico do modo como a Associação de Clubes históricamente foi tocada e não conseguirei mudar de ideia até um sinal contrário. Mas é hora de se mexer, que o produto é bom e é muito mal aproveitado.

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